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Vacina Herpes Zoster

O que previne:

Previne o Herpes Zóster, popularmente conhecido como “cobreiro”, e sua principal complicação, a neuropatia pós-herpética, responsável por dor crônica, prolongada, de difícil controle e extremamente debilitante.

Do que é feita:

A Nova Vacina herpes-zóster recombinante (VZR), a Shingrix© (GSK) é uma vacina inativada, constituída da glicoproteína E recombinante — um antígeno importante do vírus varicela-zoster—, em combinação com o adjuvante AS01.

Indicação:

É indicada para pessoas com comprometimento do sistema imunológico a partir de 18 anos de idade, e adultos com 50 anos ou mais. Essa vacina pode ser usada independentemente do histórico de varicela ou vacinação contra a doença.
Em Estudos com indivíduos maiores de 50 anos, a VZR inativada demonstrou mais de 90% de eficácia na prevenção do episódio agudo, mesmo entre idosos acima de 70 anos de idade. Por essa razão, torna-se a vacina preferencialmente recomendada na prevenção do HZ em maiores de 50 anos.
Está recomendada também para pessoas que já apresentaram quadro de Herpes Zóster, mas só pode ser aplicada seis meses após um episódio agudo.

Esquema de doses:

• São duas doses (0,5 ml, por via intramuscular), com intervalo de dois meses (0-2 meses), sendo permitido intervalo mínimo de no máximo 4 semanas. Caso não aplique a 2ª dose após 2 m, tolera-se um intervalo máximo de até seis meses;
• Doses aplicadas com intervalos inferiores devem ser desconsideradas;
• Não há necessidade de reiniciar a série caso o intervalo seja estendido inadvertidamente por mais de seis meses.

Recomendações:

A disponibilidade de uma vacina inativada representa um novo e excepcional instrumento de prevenção contra o herpes-zoster para pessoas com imunocomprometimento a partir de 18 anos. Já foram publicados estudos que demonstraram eficácia de 68,2% em pacientes transplantados de medula óssea, de 87,2% em pacientes com tumores malignos hematológicos. O esquema de vacinação é o mesmo recomendado para pessoas sem imunocomprometimento, mas algumas precauções devem ser observadas:

1) Pacientes com transplante de medula óssea: administrar a vacina HZR de seis a 12 meses após o transplante. De preferência, dois meses antes da descontinuação da medicação antiviral;

2) Receptores de transplantes de órgãos sólidos: quando possível, administrar a vacina antes do transplante — o intervalo mínimo entre as doses é de quatro semanas. Caso a vacinação prévia não seja viável, recomenda-se aguardar de seis a 12 meses após o procedimento, preferencialmente quando a dosagem de drogas imunossupressoras for baixa (somente de manutenção) e na ausência de doença do enxerto contra hospedeiro (rejeição);

3) Pacientes com câncer: quando possível, administrar a vacina antes do início da quimioterapia, tratamento com imunossupressores, radioterapia ou esplenectomia. Se não houver disponibilidade de tempo, vacinar no melhor momento para o paciente, quando a imunossupressão mais intensa tiver cessado;

4) Pacientes em uso de anticorpos monoclonais (anticélulas B, como rituximab, por exemplo): a vacina deve ser administrada pelo menos quatro semanas antes da próxima dose;

5) Pacientes vivendo com HIV/Aids
Pacientes que estiverem com níveis mais elevados de linfócitos CD4 e carga viral do HIV sob controle terão uma resposta imune melhor às vacinas em geral. O uso de antirretrovirais também melhora a resposta imune às vacinas. Por outro lado, pacientes com estado imune pior e HIV mais avançado têm maior risco de zoster. Nesses casos, cabe ao médico avaliar o melhor momento para a vacinação;

6) Pacientes com doenças autoimunes: quando possível, administrar a vacina antes de iniciar imunossupressão mais agressiva;

7) Uso após quadro de herpes-zoster
A vacina inativada também está recomendada para pacientes que já apresentaram quadro de Herpes Zoster. Pela raridade de recorrência da doença em curto prazo, a SBIm (Associação Brasileira de Imunizações) sugere que a vacinação seja realizada a partir de seis meses após um episódio agudo de herpes-zoster. Não há, porém, necessidade de aguardar esse prazo aos que optarem por recomendar a vacinação logo após a resolução do quadro, considerando o risco de perda de oportunidade vacinal. O uso em pessoas que já tomaram a vacina herpes-zoster atenuada (antiga), a SBIm recomenda um intervalo mínimo de dois meses, para tomar a Shingrix;

8) Restrição de Aplicação
Não há restrição à aplicação concomitante ao uso de antivirais, alguns pacientes com elevado risco para HZ têm indicação de uso profilático de antivirais como aciclovir, famciclovir ou valaciclovir, na medida em que a Shingrix© é inativada;

9) Uso em Gestantes e Nutrizes ( Lactantes )
Não há experiência de uso em gestantes até o momento, portanto, a vacinação não está recomendada como rotina. Entretanto, vacinas inativadas, recombinantes e de subunidade não representam quaisquer riscos para nutrizes ou seus bebês, de modo que, quando indicadas, podem ser usadas nessas situações;

10) Uso simultâneo com outras vacinas.
O uso simultâneo da vacina HZ inativada com as vacinas influenza, pneumocócicas e tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (dTpa) foi estudado e mostrou-se seguro, sem qualquer interferência na resposta imune às vacinas;

Cuidados antes, durante e após a vacinação:

  • A vacinação não requer qualquer cuidado prévio.
  • Adiar a vacinação em caso de doença febril aguda.
  • A vacinação de pessoas portadoras do vírus HIV deve ser avaliada por médico, que pode prescrevê-la se não houver comprometimento do sistema imunológico.
  • No caso de pacientes que já tiveram herpes zóster oftálmico, ainda não existem dados suficientes para indicar ou contraindicar a vacina.
  • Após quadro de herpes zóster, é preciso aguardar seis meses para aplicar a vacina.
  • Até o momento não foi observada transmissão do vírus vacinal e doença (varicela) a partir de indivíduos que receberam a vacina varicela zóster.
  • Os eventos adversos mais comuns são os locais (dor, edema e vermelhidão), geralmente de intensidade leve a moderada e são transitórios. Cansaço, calafrios, febre e mialgia são eventos adversos sistêmicos também descritos, que se resolvem com analgésicos comuns.

Fonte: SBIm - Sociedade Brasileira de Imunizações

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